terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sinagogas Vermelhas de Satanás

Quando a opinião de alguém é impulsionada pela verve ideológica, suas idéias são afetadas pela incoerência que se arroga libertadora, mas que apenas denota a fragilidade dos seus próprios pensamentos.

Há um grupo de teólogos, pastores e padres opinantes que, contaminados por uma visão revolucionária démodé (porém bem atuante), vociferam reclamações e lamentos contra aqueles aos quais chamam de fundamentalistas, reacionários e conservadores. Seus protestos costumam apontar a ortodoxia, a doutrina e o que eles insinuam ser um aprisionamento de Deus, como os maiores males cometidos por aqueles trogloditas evangélicos.
No entanto, como toda idéia surgida dos intestinos, essa onda de clamores libertários traz, em si mesma, a sua própria negação. Não se sustenta, por um pouco que seja, tal alvoroço, afinal, no cerne de seus próprios ideais estão contidos todos os elementos contra os quais eles imaginam combater.
Enquanto se indignam contra o fundamentalismo evangélico, eles mesmos se mantém hermeticamente inacessíveis a qualquer intenção de penetração de uma ideiazinha que seja diferente de suas próprias visões de mundo. Não aceitam um espirro de noção diversa que possa criar um pouco de contradição e apresentar uma versão um milímetro diferente daquilo que acreditam ser o certo. E defendem suas verdades, invariavelmente, berrando injúrias, as quais eles consideram absolutamente justificáveis. Ora, mas esta não é exatamente a atitude de um fundamentalista?
Outra acusação estúpida, e que retorna como um boomerang sobre as cabeças rubro-evangélicas, se faz em relação à ortodoxia ou ao que eles acreditam ser um hermetismo doutrinário dos reacionários teólogos. Fazem coro ao afirmar que os animais conservadores encarceram a divindade em suas doutrinas, não deixando espaço para uma compreensão mais humana da realidade. Pois bem, isso poderia até ser uma petição justa se não partisse de cabeças que têm, como principal característica, a defesa e propagação de seus ideais utópicos e revolucionários. Fazem isso sonhando com seus mundos idealizados, bem administrados e utópicos, onde todas as regras visam o bem comum e nada sobra para espontaneidade humana que não seja aquela prevista pelo Grande Irmão. Quem são os encarceradores? Quem são os agressores da liberdade? Quem não permite espaço para o Espírito Santo? Parece claro, não?
E pior, enquanto os trogloditas conservadores defendem suas ideias por meio de blogs e restritíssimos espaços na mídia, simplesmente como forma de defesa da fé, os idealistas libertários, possuindo praticamente o monopólio dos meios, se arrogam no direito de não apenas tentar convencer a oposição, mas, pelos métodos mais odientos, também calá-los e impor a eles sua sociedade ideal. Aliás, uma visão de sociedade tão perfeita que não permite qualquer oposição. Um paraíso tirânico, o qual eles chamam de democracia, onde apenas discussões internas do grupo são possíveis, enquanto todas as outras manifestações são logo taxadas de criminosas, despóticas e inaceitáveis. Se para eles ortodoxia é hermetismo, e não conhecendo nada mais fechado do que a visão de mundo dessa gente, quem são os ortodoxos no mesmo sentido pejorativo que eles acusam?
Por fim, não que as incoerências tenham acabado, mas apenas para que este artigo não fique longo demais, aqueles senhores da liberdade se deliciam em acusar os conservadores pró-vida, pró-família, pró-igreja de ditadores preconceituosos que excluem as pessoas. Bom, nessa acusação há, evidentemente, uma projeção psicológica da mais escabrosa. Enquanto alguns batalhadores do evangelho tentam mostrar aos seus poucos leitores que algumas idéias afrontam a vontade divina (isso baseado unicamente na Bíblia, que, para eles, não para seus acusadores, é a infalível Palavra de Deus), os cristãos utopistas os acusam das maiores barbaridades humanas, como racismo, homofobia, machismo etc. Porém, essas acusações têm o único objetivo de afrontar o homem, não suas idéias, além de esconder as próprias depravações internas contidas em todo o ideário ideológico desses socialistas cristãos. Quem é que defende a morte de fetos inocentes? Quem defende a promiscuidade e a destruição da família? Quem usa do recurso do xingamento e da depreciação ao invés de discutir idéias? Quem defende governos genocidas? Não é preciso nem dizer que alguma coisa está de cabeça para baixo.
Acusam de tirania, enquanto impõem sua sociedade ideal. Xingam de ditadores, se lambuzando com seus padrinhos nada humanitários de Cuba, Venezuela e outros mais. Reclamam da falta de liberdade, puxando o saco dos regimes mais autoritários que já existiram. Denunciam o extremismo, quando são todos como garotos adolescentes fascinados pelo espírito de tribo, prontos a morrer pelas suas utopias. Maldizem os defensores da Bíblia, da vida e da família, simplesmente por batalharem em favor daquilo que é chamado cristianismo. Silenciam completamente em relação à igreja perseguida, pois essas perseguições ocorrem, principalmente, em países que seguem a mesma cartilha ideológica que eles.
Se eles não querem ser cristãos, se acham a Bíblia demasiadamente rígida, se não aceitam os valores não tão agradáveis ensinados pelo próprio Deus, por que se autodenominam cristãos? Por que não assumem seus ideais e combatem o cristianismo de peito aberto, como um inimigo valoroso? A única resposta que me vem à cabeça é que como o diabo não pode com o poder de Deus, sendo covarde como é, ele acredita que a única maneira de derrotar a Cristo seja consumindo por dentro sua própria igreja. Ao invés do embate aberto, opta pelas estratégias sub-reptícias. Seus seguidores formam, sem dúvida, aquilo que a palavra denomina de sinagogas de Satanás, com seus lobos balindo, como bons cordeiros que parecem, palavras afáveis vindas diretamente do inferno!