sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O que eles querem?

Algumas coisas são realmente bem difíceis de entender. Após me deparar com a notícia de que as Igrejas Luteranas na Suécia aprovaram a possibilidade da realização de casamentos homossexuais sob sua ordem, além de tendências similares em outros países, e da efusão de alegria dos grupos gays com essa conquista, me pergunto: o que esses grupos realmente querem?

Pense comigo: durante muito tempo, e ainda hoje, as pessoas conservadoras, defensoras da família e de uma tradição foram tachadas de retrógradas. Instituições como a família e o casamento sempre foram considerados, pelos grupos liberais, como exigências sufocantes sobre a sociedade. Cresci ouvindo as pessoas dizerem que o casamento é uma instituição falida e a família uma imposição não natural. Pasmem, isso mesmo. Lembro de uma professora de Antropologia que nos disse que poderia provar cientificamente que a família era uma criação burguesa. É evidente que ela não provou e não explicou por que. Porém, à época, eu com apenas 18 anos de idade, fiquei muito impressionado com aquela afirmação.

Em relação à igreja e à religião, então, o ataque sempre foi bem mais feroz. Para homossexuais, feministas, esquerdistas e tutti quanti, cristianismo, de maneira geral, sempre foi modelo de repressão, atraso e preconceito. Para eles, a religião era uma mal alienante e uma maneira de submeter as massas. Também sempre criticaram os cristãos por suposta hipocrisia, além de enxergar em qualquer instituição religiosa apenas um modelo de totalitarismo.

O mais importante, porém, é ter a certeza que todos esses grupos humanistas e progressistas (liberais e esquerdistas) sempre levantaram a bandeira que dizia: Abaixo a família! Abaixo o casamento! Abaixo a Igreja!

Porém, agora, o que eles estão conquistando é exatamente o direito sobre tudo aquilo que sempre combateram. Criticavam a família e estão conquistando o direito à adoção. Criticavam o casamento e estão conquistando o direito de se casarem e, pior ainda, sob as 'bênçãos' da mesma igreja sobre a qual eles não podiam sequer ouvir falar!

Diante disso, as únicas conclusões que chego é que esses grupos poderiam ter se tornado conservadores e, sem abrir mão de suas práticas antigas, agora defenderiam os mesmos valores e instituições que os mais radicais religiosos sempre defenderam ou, bem mais provável, considerando que chamá-los de conservadores é, para eles, uma ofensa pessoal e como é impossível qualquer conciliação entre os valores que eles defendem e a fé cristã, então, o que está ocorrendo só pode ser uma verdadeira infiltração destrutiva no âmago da igreja.

É óbvio que essa penetração não seria possível sem a conivência dos próprios líderes da igreja, porém, quem não garante que esses líderes também não sejam infiltrados?

As recentes conquistas dos grupos de esquerda, no seio da igreja, não são mero resultado da secularização da religião, mas fazem parte, e isso para mim parece bem claro, de um planejamento para a destruição do cristianismo desde dentro.

É importante, ainda, salientar que a existência de pessoas bem intencionadas que acabam simpatizando e às vezes até se juntando a esses grupos não é uma exceção à regra, mas faz parte do planejamento mesmo. Essa infiltração apenas é possível porque há, por parte de líderes e fiéis, uma predisposição criada por anos de desvios doutrinários, pelo mundanismo crescente, pela perda de valores básicos e pela falta de convicção pessoal. O que os grupos liberais fazem é, se aproveitando da situação, como vírus oportunistas, contaminar a instituição esperando o seu definhamento.

Satanás é covarde e sabe que não pode enfrentar de peito aberto a Igreja de Cristo. Então, por meio de seus asseclas, tenta minar sorrateiramente as próprias bases dessa igreja para, por fim, tentar destruí-la.

Não há espaço para diálogo. Não é possível qualquer negociação. O que há são existências antagônicas que se expelem mutuamente. Não se iluda pensando que possa haver um meio-termo entre as partes. Não se engane acreditando que possa haver mútuas concessões. Ceder, um milímetro que seja, para esses grupos é abrir ainda mais as portas do inferno para que pessoas se precipitem em seu abismo. Eles não cederão em nada, como não cedem há muito tempo. Apenas a igreja vem cedendo e cedendo e cedendo...