sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fome e sede da verdade

Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do SENHOR, mas não a acharão” Amós 8.11-12.
O que vemos, nos últimos tempos, é que as pessoas têm buscado, desesperadamente, algo que preencha suas almas, que dê sentido às suas vidas, que sacie a fome e a sede da verdade que elas têm. Ao mesmo tempo, por mais que as cidades estejam repletas de templos, que as rádios e tvs transmitam amontoados de programas religiosos, ainda que a internet possibilite buscar, em um infinidade de pregadores, aqueles que pareçam mais convincentes, ainda assim a sede e a fome persistem.
A palavra de Deus parece ter-se perdido. O que encontramos é, somente, doutrina, catecismo, discipulado. O que falta é vida. A fome e a sede que as pessoas têm não é de letra. Se assim fosse, estariam todas saciadas. O que elas anseiam é por verdade. O que as pessoas querem encontrar é algo que fale no fundo de suas almas, que resolvam seus vacilos existenciais e que as façam retomar a razão de suas vidas. As palavras, por si só, ademais, não têm a capacidade de preencher esse vazio. É necessário que por detrás do que é dito, pregado e ensinado haja uma vida, ou melhor dizendo, um espírito. A letra mata porque ela mesma está morta, quando abandonada apenas em seu signo. O espírito vivifica porque é ele quem dá vida à letra e a usa para que as pessoas sejam atingidas.
Podemos dizer que as palavras são o instrumento do espírito para que a verdade seja transmitida. O que acontece é que muitos pregadores acreditam, até sinceramente, que as palavras, por si só, por, supostamente, se referirem a uma verdade, já têm o poder de influenciar as vidas. Ocorre que isso não acontece dessa maneira. Somente o espírito é capaz de transmitir alguma verdade. A palavra, por si mesma, jamais fará isso.
Por isso esse fetiche que há por uma doutrina que é, meramente, um encadeamento de versículos e textos, e que não conduz a nada realmente vivificante. Um erudito nas letras bíblicas pode, muito bem, ser um ignorante das coisas espirituais. Isso porque estas se utilizam daquelas, mas não se submetem a elas. Os textos bíblicos remetem à verdade, não sendo, eles mesmos, a verdade. A palavra de Deus é a verdade, e ela é quem tem o poder de trazer à vida aquilo que está morto. Mas essa palavra não são os textos, a letra do que está nas Escrituras Sagradas, mas o sentido final, que é o espírito de tudo aquilo, o espírito da verdade, o espírito do próprio Deus.