quarta-feira, 4 de março de 2009

Leituras estranhas

Algumas pessoas chegam à equivocada conclusão de que se leio um livro, concordo com que o autor diz nele. Nada pode ser mais errado! Pelo contrário, ultimamente tenho brigado com muitos escritores, mantendo, enquanto os leio, uma verdadeira discussão com eles.
O que as pessoas precisam entender é que mesmo nos livros dos quais eu discordo, há sempre algo que consigo extrair de ensinamento. Não é apenas o retém o que é bom, mas é o aprender com os erros alheios e ampliar a compreensão com base nos equívocos do outro.
Se leio Kant, mesmo achando tudo aquilo muito estraho; se me esforço a compreender seu ponto de vista, de seus escritos posso tirar, pelo menos, a idéia de como o homem pode se perder em sua imaginação.
Até em Nietzche, a quem eu chamo de 'louco-pensador', apesar de todos os seus devaneios, é possível captar alguns momentos de lucidez e acerto.
Não é porque um escritor, no geral de sua obra, se equivoca, que tudo o que ele diz está errado ou não tem sentido. Muitas vezes, suas idéias tem muito sentido, se entendidas separadamente umas das outras. O erro, normalmente, é percebido apenas na análise do conjunto.
Outro aprendizado que costumo tirar desses autores é a compreensão dos perigos que estão sujeitos os pensamentos humanos. A maioria dos erros dos filósofos são um exemplo de tendências comuns a todos os homens: o relativismo, o cetiscismo, o materialismo etc. parecem ser a inclinação natural do ser humano decaído e distante de Deus.
Portanto, se alguém me ver com um livro meio sinistro debaixo do braço, não se assuste: posso estar lendo ele, mas isso não quer dizer que o que nele está escrito passou a fazer parte da minha filosofia.