terça-feira, 20 de julho de 2010

O bastião contra os senhores deste mundo

Importa decidir se preferimos saber a verdade e com o seu conhecimento alcançar a liberdade ou alimentar-se das mesmas convicções e informações já possuídas, com o fim apenas de acariciar o conforto de certeza e segurança. Se a verdade liberta, mas a porta para a salvação é estreita, parece claro que poucos são os que se abrem para o conhecimento do real, estando a multidão embevecida no êxtase da mentira que diverte e dá prazer.
A verdade está à disposição de todos, porém foi ela ocultada pelos senhores deste mundo, os quais são guiados pelo seu deus, o diabo, escondida atrás de um muro colorido embriagante e hipnotizador.  

A desinformação, a mentira e a alienação são as armas usadas para manter as pessoas longe da realidade, narcotizando-as com a droga da confiança humana, que penetra na alma a certeza de que há outros homens que estão cuidando de nós, zelando pela nossa saúde e bem-estar e cuidando para que vivamos em um mundo melhor, ofertando o melhor de seus esforços e conhecimento, para que possamos seguir nossas vidas herméticas e profiláticas.

Mesmo parecendo que o livre-arbítrio está abolido, restando apenas a resignação com o fato de que não somos nós quem mandamos em nossas próprias escolhas e que o mundo é apenas um menu preparado para o consumo, há, sim, um bastião que permite a vigilância e resistência contra os ataques do exército da inconsciência. Dentro dos homens, mesmo naqueles mais absorvidos por este século, sempre haverá ainda que um núcleo de individualidade que não pode ser alcançado por fatores externos. Há algumas poucas pessoas que, de uma maneira ou de outra, lutam conscientemente para trazer à tona essa parte do ser, que é a verdadeira personalidade. Porém, na maioria dos homens, aquele resto de consciência está tão submerso que apenas um fator cataclísmico poderia emergir esse eu oculto e esquecido.

Por isso, as multidões seguem mansamente para o abismo, rindo no caminho do matadouro, conclamando, ainda, que todos façam como eles. Escarnecem daqueles que buscam desvencilhar-se desse grande genocídio espiritual, tratando-os como conspiradores, loucos e esquizofrênicos. Sentem-se os donos da verdade, da qual eles sequer fazem idéia qual seja, vomitando opiniões das mais diversas, as quais sequer tocam a realidade, mas apenas sonorizam, tais quais bonecos de ventríloquo, o que os verdadeiros donos da opinião alheia dizem. 

Há saída, sim. Há esperança. Desde que não nos mantenhamos conformados a este mundo, mas transformando-nos pela renovação das nossas mentes, desmascaramos pouco a pouco esta vida terrena, desnudamos a realidade e vemos além do que nos é proposto. Podemos seguir como escravos da carne, fiéis ao deus deste mundo, ou, olhando para o alto, de onde vem a verdade, enxergar que, se não tentarmos observar exatamente o que Jesus Cristo nos ensina, não haverá um vácuo, mas estaremos à mercê daqueles que mandam por aqui.