Sinceramente, não consigo me indignar contra os pastores da chamada Teologia da Prosperidade. Não porque eu acredite que o que eles fazem é certo, ou ache seus objetivos justos. Nada disso! Apenas tenho a convicção de que eles não roubam ninguém. Eles não colocam a mão na carteira de ninguém. Nem mesmo escondem suas próprias identidades, mas, pelo contrário, estão com seus rostos e nomes bem estampados por aí.
Não consigo me indignar porque do lado de cá do púlpito há uma legião de pessoas que está entregando seus bens e dinheiro na esperança de ter um retorno multiplicado do "investimento". Se são otários, não é porque colocam suas posses na mão de líderes ferozes, mas porque acreditam, sinceramente, que Deus vai retribuir-lhes em muito maior quantidade.
Na verdade, não são manipulados pelos pastores, são manipulados pelos seus próprios desejos e ambições. Os pastores são apenas a desculpa, inconsciente, para eles apostarem na sorte, como apostariam na loteria federal ou em uma casa de bingo.
O brasileiro tem o péssimo costume de acreditar que o povo é um pobre coitado, massa de manobra das elites (antes capitalistas) agora religiosas. Besteira! O povo faz aquilo que deseja e acredita no que quer. Bons líderes existem, pregadores justos existem, a Palavra verdadeira é pregada em muitos templos, mas o que boa parte das pessoas quer é a facilidade, o ganho fácil, o retorno.
O problema do brasileiro não é ser bobo, é ser esperto demais. Claro que toda esperteza aguda se transforma, automaticamente, em estupidez. Mas é isso mesmo. Ele quer levar vantagem, ele quer ganhar sem suar, ele quer que Deus lhe entregue a multiplicação de sua confiança.
Os líderes da prosperidade? Apenas descobriram que há clientes para o seu ramo de negócios.
Não consigo me indignar com a Teologia da Prosperidade