terça-feira, 5 de julho de 2011

Não confio em cristãos otimistas

Eu não confio em cristãos muito otimistas; e você não deveria confiar também. Também não confio em cristãos realmente esperançosos com as mudanças sociais; normalmente isso já denota quem são. Ainda, não confio em cristãos que acham que a vida é bonita demais; isso demonstra que a não enxergam direito. 

Não escrevo isso como uma apologia do pessimismo. Nem me considero uma pessoa pessimista. Ocorre que não me identifico mais com este mundo. Não dá! Basta olhar com o mínimo de atenção, que podemos ver a militância anti-cristã bem atuante. Nada, neste século, parece ajudar-nos a mantermo-nos firmes com Deus. Pelo contrário, quase tudo é um convite ao inferno.

A alma de um cristão, se realmente for restaurada em Cristo, anseia pela sua revelação, sua glória. A nova vida, liberta da natureza decaída, é sua esperança. O mundo, como hoje se apresenta, corrompido como está, é um incômodo passageiro, suportável apenas. Se há alguma nossa luta exterior, alguma batalha a ser travada, elas não se dão para restaurar o mundo, mas para preservar as almas. O mundo, esta matéria que acompanha o homem, apenas reflete hoje, e refletirá amanhã, o estado espiritual humano. 

Por isso, uma certa inquietude, não um pessimismo. O legítimo cristão carrega a angústia da luta entre a carne e o espírito; também a angústia de não ser mais deste mundo, por ter recebido uma nova natureza; o verdadeiro cristão se vê em Cristo, não mais em Adão. Aqueles que acham que tudo é lindo, que o mundo é um paraíso, que esta existência é maravilhosa e que esta vida é o supra-sumo do que é viver podem ser tudo, menos verdadeiros cristãos.

E repito: não sou do tipo pessimista. Apenas reconheço que minha natureza espiritual se identifica com o céu, não mais com o pó da corrupção.