sábado, 16 de outubro de 2010

Manifesto Revolucionário Evangélico - parte 2

Ao ser confrontado pelo próprio autor do Manifesto Evangélico por um Processo Eleitoral Ético, por e-mail (o qual eu não publicarei, por ter sido enviado de maneira privada), vi-me na necessidade de responder-lhe. Assim o fiz. Abaixo segue a minha resposta.
Porém, não deixem de ler o texto da Norma Braga, que explica magistralmente o que está por trás (ou seja, nas cabeças dos seus idealizadores) daquele manifesto.

1 - O Manifesto chama de temas presos ao mero moralismo. Isso não pode ser porque há uma demanda clara e específica em relação a um assunto bem definido, o aborto. A questão não pode ser moralista, porque o que está em jogo não é a defesa da moral, mas a VIDA! Talvez Serra seja  a favor do aborto (já que ele é cria da mesma fonte ideológica da qual nasceu o PT e da qual o senhor bebe), mas isso não torna o problema menor, não afasta a questão e não a torna de mero moralismo.

2 - O senhor não é ortodoxo. Um homem de esquerda, não pode ser um cristão ortodoxo. Um ortodoxo não tem a intenção de mudar o mundo, causar revoluções, apoiar Estados totalitários, andar de mãos dadas com governos abertamente anti-cristãos, seguir a mesma ideologia de genocidas históricos. Um ortodoxo não se cala diante dos horrores da igreja perseguida, por exemplo. E sabe por quê vocês se calam? Porque falar sobre isso é apresentar ao mundo os horrores do socialismo que vocês tanto amam.

3 - Conservadorismo não é ideologia. Ideologia é querer mudar o mundo por meio de revoluções, subversão e terrorismo. Às vezes até fazem uso da democracia, mas, mesmo nesses casos, ao tomarem o poder, vão impondo à sociedade o seu mundo ideal. Vocês têm mundo ideal (ideologia vêm disso, não?) e querem impor ele a todos. Vocês sonham com o inferno vermelho de vocês e acham que todos são obrigados a se subjugar a ele. Repito, conservadorismo não pode ser ideologia, porque o conservador não tenta impor um mundo ideal a ninguém. Ele trabalha com a realidade e não com a utopia. Nessa realidade, ainda que ela não seja tão bela como ele mesmo imagina, ele vive, trabalha, se desenvolve. O conservador espera que as mudanças ocorram de maneira natural, pelo jogo político, pelo progresso óbvio, pelo aprimoramento do pensamento. Não impõe seu mundo ideal a ninguém, pois não o tem. Pode o ter em seu íntimo, mas não como meta política, não como utopia a ser alcançada.

Por fim, não contestei seu ministério como pastor, mas seu cristianismo mesmo.

Atenciosamente.

Fabio Blanco