sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Talvez alguns cristãos fiquem escandalizados com artigos como estes, chamados "Estado: ministro de Deus"e "A Pena Capital é Bíblica?", ambos publicados no site do Julio Severo, ambos escritos pelo Pr. Marcello Oliveira. Isso porque eles não conseguem compreender como cristãos podem de alguma maneira ser favoráveis à aplicação da pena de morte pelo Estado.
Os argumentos já conhecemos e não é preciso repetir aqui. Gostaria apenas, como complemento de ambos artigos, transcrever dois trechos de dois dos maiores reformadores protestantes: nada mais, nada menos, que Lutero e Calvino.

Lutero, em seu livro 'Sobre a Autoridade Secular' é direto ao dizer que "um assassino perde o direito a sua vida, e é de justiça que ele seja morto pela espada".

Espada, no caso, é como se entende o poder do Estado de punir os criminosos.

Calvino, de sua parte, escreveu que "A Lei de Deus proíbe matar. Todavia, para que os assassinos não escapem sem punição, o próprio legislador coloca a espada nas mãos de seus ministros, para ser usada contra todos os assassinos".

Diante disso, que meus irmãozinhos mais apressados pensem antes de criticar homens que defendem a pena capital, pois os pais da Reforma Protestante não tinham a condenação à morte pelo Estado como um problema. Para eles, o Estado aplicar a pena capital era algo evidente e natural. Um apenas divergia do outro no que se referia às questões envolvendo as heresias. Para Calvino, o Estado deve zelar pela unidade religiosa, inclusive perseguindo os hereges. Já Lutero entendia que o Estado não deveria se intrometer nesses assuntos, cuidando apenas das questões relativas aos crimes comuns.

De qualquer maneira, antes de criticar os que defendem a pena de morte, principalmente sendo cristão, aprendam um pouquinho sobre a história da Igreja ou rompam de vez com o passado.