Basta ocorrer um desastre natural, como esse de proporções grandes que ocorreu no Japão, para, neste mundo interconectado, iniciarem-se as velhas e mesmas discussões. De um lado, os que defendem o controle absoluto de um Deus que determina até os mínimos detalhes da ação humana, de quem nada escapa e que é, no fim, o responsável final por todas as coisas; de outro lado, um Deus impotente, que, por não ter qualquer controle sobre a história do mundo, se surpreende e até chora com as mazelas da humanidade.
Ora, para mim, sem querer parecer arrogante, como quem se coloca acima dos litígios, tudo isso me apresenta como uma discussão bastante pueril. Fica mais ou menos claro que ambos os lados se apegam a extremos de compreensão que não permitem qualquer tipo de maleabilidade para a atuação divina. Não são apenas os cristãos deterministas que encaixotam Deus, os teístas abertos também. Se aqueles não permitem a Deus qualquer forma de atuação espontânea, fora dos preceitos pré-determinados teologicamente, estes aprisionam a divindade em uma liberdade sufocante, pois se Deus não possui o controle das coisas, é, Ele mesmo, um prisioneiro do destino.
O que eles não percebem é que entre o Deus do controle absoluto e o que chora impotente há muito mais coisas do que imaginam suas vãs teologias.
Ainda vou preparar um texto mais detalhado sobre esse assunto, mas, por ora, já é o suficiente.
Mais do que imagina a vã teologia