Não sou um pessimista. A diferença em relação àqueles a quem eu chamo de cristãos otimistas é que minha esperança reside em uma outra referência da existência. Enquanto eles acreditam em uma transformação social, no poder da mobilização, na força da revolução, eu me atenho à esperança no poder da glória que em nós há de ser revelada.
Se ainda há cardos e espinhos, tenho certeza que haverá um dia que a libertação da natureza corrompida se manifestará e a amplitude da consciência será desperta, a fim de fazer-nos enxergar a realidade de uma maneira muito mais abrangente.
Isso é a glorificação daqueles que desde já são seres espirituais, mas ainda não manifestados plenamente, e ainda em batalha contra a natureza corrompida que persiste, apesar de deteriorar-se até seu derradeiro instante.
Quando digo que não confio em cristãos muito otimistas, estou me referindo àqueles que acreditam na força do braço humano, no poder de um restauração humanamente natural, que acreditam e confiam e depositam suas esperanças na transformação do mundo e do homem pela simples mudança de atitude.
Não confio neles porque percebo que, no fim das contas, são tão materialistas quanto qualquer ateu. Apesar de dizerem crer em um Deus transcendente, Ele apenas o é em sua ação exterior. Não há, para eles, um Deus que trabalha no espírito humano e o transforma na realidade. O homem espiritual seria apenas um homem natural melhorado, nada mais.
No entanto, o cristianismo sem a espiritualidade real nada é. Sem a esperança da manifestação da glória, sem a fé na revelação do Messias e sem o aguardo da libertação da natureza corrompida é somente uma religião de moral elevada, porém, não a solução existencial como revelada.
Não confio em cristãos otimistas II