Diversas pessoas me abordaram com a mesma indagação: "E no caso daquela menina de 9 anos que foi estuprada, você, ainda assim, é contra o aborto?". Ao demonstrar a minha surpresa com a pergunta, todas elas se adiantaram dizendo que, em casos assim, é muito difícil uma decisão. Pior, quando eu falava que nada na situação fez eu mudar minha convicção, o que eu recebia, era, invariavelmente, um olhar confuso de meu interlocutor. Sabe o que é pior ainda? Quase todas essas pessoas eram cristãs.
Sem me preocupar demais com argumentos (pois este não é um caso de debate de idéias), apenas digo que o mal não pode ser agravado com a prática de outro mal. A pergunta é bem simples: os fetos que estavam no ventre daquela menininha eram vidas, pessoas mesmo, ou não? Ora, se ali estavam vidas humanas, nada, absolutamente nada, justifica matá-las. Por mais que a intenção fosse a proteção psicológica da criança violentada, jamais podemos aceitar que um crime seja usado para isso. Mataram duas crianças, essa é a verdade!
Se os fetos são vida (e não há cristão que possa duvidar disso), não há situação que justifique o sacrifício delas. Se são seres humanos, todo ato contra eles é homicídio. Um cristão não pode sequer querer discutir a situação. Ele deve defender a vida, simplesmente.
Mas são tempos cada vez mais relativos, e, talvez, nem a vida inocente tenha mais tanto valor...
O caso da menina de Alagoinha/PE