quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Novo site

A partir de agora, meus textos serão publicados em meu novo site:
http://www.fabioblanco.com.br
Fiz isso para unificar todas as minhas atividades em único espaço virtual.
Aguardo a visita de vocês.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Deixe-se conduzir

Em meus cursos já me deparei com alunos de vários tipos. Há aqueles interessados, também os que parecem que nem sabem o que estão fazendo ali, os atentos e os que dormem nas aulas, os participativos e os atenciosos. Porém, um tipo que, apesar de não ser maioria, de maneira alguma, sempre se faz presente, é aquele que eu chamo de douto desconhecedor.

domingo, 22 de julho de 2012

A inescapável realidade

Viver na verdade não é uma decisão por obediência, mas uma necessidade por sanidade. Ninguém pode manter-se são se aceitar a inconstância da ilusão. É verdade que muitas vezes a sedução das quimeras parece irresistível, com sua promessa de paz, com sua oferta de despreocupação. Se a realidade é um algoz, e se viver é uma dádiva fatal, a procura pelo caçador que expulsará o dragão do que é urge.

Sou a favor do desarmamento

Sou absolutamento a favor do desarmamento, desde que todos sejam desarmados, inclusive os governos. Se não é possível tirar as armas de todos, então que, pelo menos, todos tenham oportunidades iguais.

 

sábado, 21 de julho de 2012

As nove esposas de Maomé

O Islam ensina que o homem pode ter, no máximo, quatro esposas. No entanto, Maomé tinha nove esposas. A explicação, segundo o Dr. Yossef Al- Kharadwai é que o profeta "foi isentado por Deus pelo bem da propagação da mensagem do Islam durante o seu tempo de vida e por causa da necessidade da comunidade mulçumana após a sua morte". Bem conveniente, não? Se alguém me explicar o motivo de o profeta ter nove esposas ser um bem e uma necessidade para o Islã ficarei grato.

 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O desafio da educação de adultos


"Apenas 1 em cada 4 brasileiros domina leitura, escrita e matemática, segundo pesquisa" fonte UOL Educação

Conhecimento é liberdade. Diriam alguns, em contestação, que não o conhecimento, mas a verdade é que liberta, como se ela pudesse ser alcançada em um átimo, negligenciando os processos naturais de percepção e pensamento. Além de gnóstica, esta é uma ideia que favorece a estupidez orgulhosa e impede o desenvolvimento do saber.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A necessidade dos intelectuais

As mazelas da humanidade te atraem e vês tudo pelo seu lado mais sombrio. Realças as dificuldades da vida, tens uma tendência tétrica à desgraça e alimentas uma paixão doentia pela tragédia. Quem te ouve pergunta se tu não sofres de alguma enfermidade, pois o que tu dizes realça as tristezas deste mundo.

sábado, 30 de junho de 2012

A religião do homem

O cristianismo existe para ti, saibas isso. Para quem tu achas que Cristo padeceu na cruz? E sua encarnação, não ocorrera por ti? Se há uma redenção, não há para te redimir? Jesus não morreu pela humanidade sem rosto, sem identidade. Não foi pela multidão que Ele entregou seu espírito. O que Cristo fez, o fez para homens individuais, para seres únicos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A guerra deste tempo

Sentes a tensão de fazer o que não queres e não fazer o que queres? Saibas que esse é um dilema essencialmente cristão. Apenas este tem consciência de que ainda se encontra infinitamente abaixo da perfeição divina, quer progredir na santidade e se depara com uma natureza transgressora da verdade. Quem não se coloca sob a direção divina vive na paz infernal de fazer o que deseja.

terça-feira, 19 de junho de 2012

As bordas da teologia II

Quanto a tu, depositário da ortodoxia, guardião das chaves da hermenêutica e dos segredos da exegese, se conheces a verdade e sabes as profundezas das Escrituras, por que não atentas para os perigos de teu próprio entendimento? Te ufanas de tua fidelidade à doutrina, de teu zelo religioso e de seres amante da sã teologia e não percebes que teu conhecimento te enreda como a prostituta proverbial?
Amas a letra como um serviçal, te submetes a ela como um escravo e, por isso, não vês que há verdades mais profundas que se escondem além das primeiras aparências. Negas os símbolos, rechaças as alegorias e acaba por ser enganado por tuas rasas interpretações, que são nada mais do que ciência material.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

As bordas da teologia I

A teologia brasileira está polarizada. Sim, vos enfrentais como adversários mortais, encarando-vos e anatematizando-vos mutuamente. Vedes o outro como a personalização do mal, como a encarnação do diabo, como o promotor da morte. Enxergais aqueles que do lado oposto estão como os defensores do desvirtuamento do verdadeiro Evangelho, crendo, sinceramente, que lá se apresentam os lobos vestidos em peles de cordeiro.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O ateu e a Bíblia

Posso compreender perfeitamente, e até mesmo respeitar, tua crença de que a Bíblia não é uma revelação divina. Afinal, isso depende de alguma fé, e esta pressupõe alguma experiência e comunhão com Deus. No entanto, negar que sobre suas letras a civilização na qual vives e da qual usufruis fora construída chega às raias da ignorância.

domingo, 10 de junho de 2012

O ideal cristão

"Para chegar ao lugar desejado é precso dirigir-se, com todas as forças, a um ponto muito mais alto. Baixar o nível do ideal é não só diminuir as probabilidades de alcançar a perfeição, mas destruir o próprio ideal (...) Uma perfeição possível perderia qualquer influência sobre a alma humana"
Liev Tolstói, em O Reino de Deus está em vós, pág. 99.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Não apenas tu

Por quanto tempo ainda permanecerás imerso nas profundezas de teus próprios pesadelos? Abre teus olhos um pouco e vê como todos nos debatemos nesse mar de vida, e todos lutamos para não submergir. Tu acreditas sinceramente que estás sozinho e que a Providência te abandonou. Então, olha ao redor e observa como todos estão lutando; não há ninguém em paz. Lembra-te: no mundo terás aflições. Estas são parte da própria estrutura da existência temporal. Será que ainda persiste a sensação de seres tu o mais desgraçado?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Descrição do Inferno

Vivemos de uma maneira pela qual quase não percebemos a finalidade do nosso ser, que é estar com Deus. Em meio à confusão da realidade, consequência da Queda, a atração para o divino é algo praticamente não perceptível.

Após a morte, no entanto, a verdade se restabelecerá e essa necessidade do ser se mostrará por inteiro.

Imagine, então, o terror de vivenciar isso, experimentar isso, e estar absolutamente impossibilitado de realizá-lo. 

Isso é o Inferno!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aos letristas

Aviso aos amantes da letra, aos que acreditam que os textos (mesmos bíblicos) respondem todas as questões da existência: palavras são símbolos que fazem referência a uma realidade exterior; não são elas mesmas realidades.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

PL 122/06: a vitória dos derrotados

Ceder, muitas vezes, não significa abrir mão de algo, mas, sim, a concretização plena de seus objetivos. Quando a bancada evangélica anunciou, há algum tempo, que apresentaria um substitutivo ao Projeto de Lei 122/06, preservando as igrejas no direito de expor seus pensamentos acerca da homossexualidade, muitas pessoas comemoraram, quando, na verdade, deveriam lamentar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O caos intelectual

O problema da geração atual é que está preocupada demais com o que sente e não com o que pensa. Quando ouvi essa fala atribuída à primeira ministra britânica Margareth Thatcher, no filme que conta sua história, “Dama de Ferro”, passei a refletir sobre ela. Não sei se a política inglesa disse isso mesmo, mas a ideia povoou a minha cabeça desde então. Comecei a observar que, realmente, mesmo entre pessoas consideradas cultas, o elemento definidor das ações e, até mesmo, dos pensamentos, não é a razão, mas o sentimento. Percebi que as pessoas defendem suas ideias não pela coerência intrínseca delas, mas por alguma questão mais emocional, que as liga a elas.

É óbvio que essa proeminência do sentimento destrói a coerência das coisas. Quando o sensível tem prioridade, não se pode mais esperar que os atos sejam justos. Isso porque o elemento motivador não estará fundamentado na coesão do pensamento, mas na impressão superficial.

O resultado disso é que não dá para confiar no que as pessoas defendem, pois suas escolhas, invariavelmente, estão mais ligadas aos seus afetos do que às razões. Mesmo pessoas instruídas acabam por agir baseadas no apego que têm a certos valores e ideias, manifestando que seus sentimentos são os definidores de seus atos e palavras. A coerência passa a ser apenas uma tentativa, a posteriori, de justificar suas escolhas.

Vejo isso na filosofia, na teologia, na religião e em tudo o mais que esteja envolvida a necessidade de um pensamento mais intelectualizado. A partir daí, tem início o que eu chamo de danças teológicas ou danças filosóficas, que nada mais são do que tentativas de logicização de uma escolha estritamente emocional. Após isso, toda a coerência exterior, ou lógica, perde sua confiabilidade, pois contaminada em sua raiz. Não me lembro de ter conhecido alguém que defendesse uma doutrina somente após o estudo de muitas outras. Invariavelmente, sua escolha é baseada em impressões e o restante de sua vida uma racionalização justificadora dessas impressões.

Dessa forma, a própria autoridade perde sua força. Ora, é muito comum, e saudável, que confiemos em alguns homens pela sua sabedoria e conhecimento. São como guias que, em meio às nossas trevas, indicam o caminho para trilharmos. São homens que deveríamos dar crédito, ainda que não compreendêssemos exatamente as razões. Seriam os desbravadores que, abrindo a mata do conhecimento, permitem que adentremos nela com os pés mais seguros. No entanto, quantos são os homens em quem, nesse sentido, podemos confiar? Sabendo que quase todos estão apenas refletindo suas escolhas e justificando-as, está cada vez mais difícil acharmos aqueles aos quais podemos chamar de mestres.

O resultado é o caos intelectual. Se não há autoridades confiáveis, cada um segue seu caminho, interpretando a realidade de seu jeito, e pior, normalmente cometendo o mesmo erro: priorizando o sentimento. Faltam líderes: homens que, desapegados do espírito de grupo, dos compromissos sociais e da aprovação dos pares, se tornem referências para as quais podemos olhar e confiar. 

sexta-feira, 30 de março de 2012

A pedofilia promovida e atestada

O impensável já começou a acontecer. O próprio tribunal superior do país já está julgando a favor da pedofilia. E isso só acontece porque, em alguns momentos antes, da mesma forma usurpadora, o mesmo tribunal legislou, como também fez o tribunal supremo, e, como suas decisões foram favoráveis ao gosto de esquerdistas, ninguém falou nada.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Mais que palavras - uma crítica ao letrismo

quarta-feira, 28 de março de 2012

O diabo de leitor

Talvez a melhor estratégia para bem escrever seja pensar em si mesmo como o leitor; na verdade, como o único leitor. Isso porque o que corrompe a pureza das ideias é a intenção de convencer ou de ser reconhecido. Quando se escreve para os outros, sempre há o risco de trair a si mesmo.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Ser forte

O cristianismo de um homem é conhecido proporcionalmente a sua capacidade de se colocar em uma oposição defensiva contra o mundo. Se há um mínimo de vacilo, o mundo o engole; se há concessões, ele o destrói. Isso porque o mundo não é amigo de ninguém, mas apenas de seus próprios valores. Não é amigo de ninguém porque, para ele, o homem, em sua individualidade independente, é um bastião a ser derrubado, pois o mundo não aceita quem não o recebe.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Molhe seus pés (como tomar uma decisão difícil)

Um homem cristão tem como princípio que sua vida é direcionada pela vontade de Deus. Em tese, isso é bem claro, no entanto, na prática, quando ele tem que tomar decisões concretas, isso pode virar um verdadeiro tormento. Isso porque, temeroso por não desobedecer os desígnios divinos, e, ao mesmo tempo, sem enxergar com claridade quais são esses desígnios na situação de fato, ele se vê em uma encruzilhada. Nessa hora, isso pode paralisá-lo.

segunda-feira, 19 de março de 2012

sexta-feira, 16 de março de 2012

Palestra: A Salvação vem pelo conhecimento

Hoje à noite proferirei a palestra: A Salvação vem pelo Conhecimento.

O evento será às 20h30min, no NEC, à Avenida Afonso Pena, 314, cj. 72, Boqueirão, Santos/SP.

Haverá, ainda, transmissão ao vivo pelo site 
http://www.necfabioblanco.com.br.

Venha participar! Haverá, também, a possibilidade de fazer perguntas ao palestrante.



quinta-feira, 15 de março de 2012

A força do mundo

O homem tem três inimigos: o diabo, a carne e o mundo. Entre eles, porém, me parece que o mais poderoso é o mundo. Isso porque, enquanto o diabo ataca o espírito e suas pretensões e a carne a vontade e seus desejos, é o mundo que impõe suas forças pela necessidade. É por causa da necessidade de aprovação e de atenção que muitos se entregam ao consenso e vendem suas almas e sua identidade. É pela necessidade de sustento que muitos abdicam do conhecimento, abandonando qualquer interioridade em favor de uma luta inglória pelo pão de cada dia.

sábado, 10 de março de 2012

No dia 09 de março, nas dependências do NEC, fiz um desagravo e uma contestação ao padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior.

A contestação se deveu a uma declaração do padre de que os protestantes são "otários" por não aceitarem intermediários entre eles e Deus.

O desagravo, por outro lado, deve-se ao fato do padre estar sofrendo uma perseguição, dentro da Igreja Católica, por conta de seus ensinamentos e sermões.

O evento foi voltado para os alunos e frequentadores do NEC e tinha, primariamente, um objetivo teológico. No entanto, com o desenrolar dos fatos, entendi que se fizesse apenas a contestação teológica, estaria me omitindo em relação a algo de extrema importância, que é a tentativa de setores da Igreja Católica de calar o padre.

Também não achei conveniente fazer o desagravo sem dar uma explicação teológica, pois as declarações do padre Paulo soaram muito mal no meio protestante.

Com isso espero mostrar o quanto é possível haver discussões doutrinárias sem oposição, já que os inimigos são comuns e o que afeta a Igreja Católica tem afetado a Igreja Protestante também.

Aqui, o link para o vídeo no qual o padre Paulo Ricardo denuncia o espírito mundano dentro da Igreja.

Aqui, o link para o vídeo no qual o padre Paulo Ricardo chama o protestantismo de orgulhoso.

Abaixo, o vídeo do evento.



Christian Post teria cometido fraude jornalística?

Depois da inesperada repercussão do meu artigo Bispo esquerdista morto se torna sábio por boca "conservadora", o Pr. Renato Vargens negou publicamente ser o autor das declarações comprometedoras publicadas originalmente em inglês pela Christian Post, as quais permaneceram intactas durante dez dias no site da agência evangélica americana, desaparecendo sem qualquer nota explicativa.
"Dom Robinson foi um homem de grande sabedoria divina", teria dito o pastor. Esta foi a declaração, traduzida do texto em inglês, e que não se encontra mais no site da agência de notícias. Considerando que o bispo era um militante esquerdista convicto e o pastor Vargens um homem com acesso livre ao meio conservador protestante, é óbvio que a frase era impactante. Foi isso que ressaltei no meu último artigo e que tanta controvérsia causou, além de reações indignadas.
Ora, o jornalismo possui algumas regras elementares e uma delas é apresentar como palavras literais apenas aquilo que foi dito literalmente. Se o contrário é permitido, ou seja, apresentar apenas em contexto o que foi dito ipsis litteris, colocar entre aspas o que não foi dito é mais do que um erro jornalístico, é uma fraude!
No entanto, é isso que, querendo ou não, o pastor Vargens está afirmando, quando em seu post, Estabelecendo a verdade, diz: "...no texto em inglês, a declaração sofreu alguns acréscimos que não correspondem ao que eu afirmei no dia em que dei a entrevista".
Isso significa que, segundo essa afirmação de Vargens, a Christian Post adicionou uma fala inexistente do pastor em seu texto. Ora, isso fere qualquer manual de ética jornalística, pois, no caso da matéria em questão, pela forma como foi apresentada a fala do senhor Vargens, o que ficou evidenciado ao leitor era que o pastor admirava grandemente o bispo esquerdista.
Se a agência americana inventou a fala, cometeu um abuso intolerável, dando o direito ao pastor Renato Vargens de ingressar imediatamente com uma ação de indenização por danos morais contra a empresa jornalística.
Não haveria problema algum em transformar uma declaração literal em apenas um citação contextualizada. No entanto, transformar em declaração o que sequer foi dito é um crime!
Algumas perguntas, no entanto, ficaram irrespondidas. Se o pastor não falou nada, por que a Christian Post colocou a frase? Qual era a intenção da agência de notícias? Por que o texto em português estava diferente? Por que no parágrafo do texto em português parece que o elogio é feito pela própria Christian Post, sendo que durante toda a matéria ela se ateve apenas a descrever os fatos? Quem considera o bispo Robinson um homem de grande sabedoria divina, o pastor Vargens ou a Christian Post?
Essas perguntas não são irrelevantes. Se houve alteração ou acréscimo às declarações de Vargens, estamos diante de uma fraude jornalística evidente, que coloca em dúvida a honestidade e transparência da agência de notícias. Se ela alterou dessa maneira o texto do pastor, quantos outros textos mais pode ter alterado?
Talvez o pastor Renato Vargens não tenha percebido, mas, de acordo com seu próprio relato, fora vítima de uma ação irresponsável da revista. E que não venham dizer que a declaração posta não tinha relevância. A importância de uma frase não está em sua extensão, mas no que ela representa. Se o pastor Vargens houvesse dito aquilo que estava escrito na matéria, estaria, aos olhos dos leitores americanos, aprovando os atos do bispo falecido, transformando-o de militante esquerdista para sábio homem cristão.
Realmente, como estava escrito o texto, em inglês, o pastor Vargens tinha duas alternativas, como coloquei em meu artigo, que era "negar veementemente tal afirmação, jogando toda a culpa sobre a agência americana pelo equívoco ou confirmar o que disse". O pastor optou pela primeira alternativa e, segundo meu entendimento, colocou a Christian Post em maus lençóis.
Cabe, agora, aos jornalistas da Christian Post se manifestarem, esclarecendo como pôde haver uma alteração tão importante na tradução de um texto. Se se calarem, estarão atestando a própria fraude e colocando em dúvida a veracidade de todo o seu conteúdo.
(Ainda gostaria de falar sobre as reações conservadoras ao meu texto, mas, para não misturar os assuntos, esta será a pauta de meu próximo artigo)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Conselhos para novos teólogos (Vídeo)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Um morto não se torna um santo apenas porque morreu; o que lhe confere tal status é seu histórico. Da mesma forma, um criminoso não passa a ser santo, nem sábio, nem honesto apenas porque não se encontra mais neste mundo. Havia dois ladrões nas cruzes ao lado de Cristo, mas apenas um foi, ao se arrepender em seu momento derradeiro, justificado; o outro: inferno!
Nos últimos dias, o mundo evangélico brasileiro acompanhou um tanto estarrecido e abalado a notícia da morte do bispo anglicano Robinson Cavalcanti e de sua esposa, os quais foram assassinados por seu filho a facadas. Parece que o jovem tinha problemas sérios com drogas. Mas isso não vem ao caso para o que foi vastamente ignorado nas notícias do Brasil.
É de conhecimento notório que o bispo morto fora um esquerdista militante, tendo sido membro do Partido dos Trabalhadores. Ele chegou, inclusive, a se candidatar a cargos políticos por esse partido. Não só isso, mas o sr. Cavalcanti fora, também, o fundador do MEP, Movimento Evangélico Progressista. Inicialmente, Cavalcanti queria chamá-lo de Movimento Evangélico Socialista ou Comunista, mas então suas intenções estariam patentes, prejudicando seu propósito maior: atrair evangélicos. Já “Progressista” obscureceria o marxismo do grupo e teria melhor aceitação pública.
Durante muito tempo, o MEP foi o principal sustentáculo evangélico do PT. O próprio bispo jamais escondeu suas ligações e ideologias, tendo apenas rompido com o PT por considerar que sua política não era tão esquerdista quanto ele desejava que fosse.
Por suas convicções, o sr. Robinson Cavalcanti não pode, de maneira alguma, ser tido por um conservador. Apesar dele ter declarado ser contra o “casamento homossexual” (posição igualmente adotada por marxistas clássicos da linha da União Soviética, que não aceitava de forma alguma o homossexualismo), o histórico dele demonstra uma vida de luta em favor dos movimentos mais liberais que existem. Sendo um militante marxista, como sempre fora, Cavalcanti posicionava-se como um progressista, um esquerdista de carteirinha, um marxista convicto, um verdadeiro comunista.
Sendo assim, o título de conservador é o único que não pode ser colocado sobre ele. Afinal, tendo estado até a medula comprometido com o esquerdismo, e sendo esse movimento historicamente inimigo de tudo o que pode ser chamado de ideia conservadora, obviamente o próprio bispo jamais se veria como tal. Provavelmente, até se sentisse ofendido se alguém o assim chamasse, já que ele mesmo era um forte contestador do que ele chamava de “direita religiosa americana”. Seus textos na revista Ultimato transbordavam frequentemente seus sentimentos de aversão e hostilidade para com essa “direita” cristã, composta de evangélicos conservadores americanos que militam contra a agenda abortista e homossexualista. Conservador, para Robinson Cavalcanti, provavelmente seria um xingamento.
Por tudo isso, surpreende quando uma agência cristã de notícias dos EUA, como o Christian Post, afirma, em reportagem sobre o assassinato do bispo e sua esposa, que ele era um defensor da fé e da família. O bispo Cavalcanti é apresentado, para os olhos americanos, como um verdadeiro conservador, já que a defesa da família é um pilar do pensamento conservador. Ocorre que com seu histórico de esquerdista convicto, inclusive de militância dentro do PT, jamais o bispo fora um defensor da família, pois a agenda socialista não defende a família. Pelo contrário, há anos essa agenda vem tentando desconfigurá-la. Ora, poderia um homem que trabalhou com tanta militância em favor do socialismo no Brasil ser considerado um defensor da família? Obviamente, não.
Mas o que mais assusta não é uma agência americana noticiar de forma omissa e equivocada o histórico do bispo esquerdista. Provavelmente, para certificar-se da veracidade da notícia e do histórico enfeitado, o Christian Post procura alguém, no Brasil, que, de alguma maneira, possa confirmar essas informações. O escolhido, no caso, é alguém que não sei se é um verdadeiro conservador, mas que transita largamente em meios conservadores: o pastor Renato Vargens.
Na notícia publicada, o pastor Vargens afirma, claramente, que o bispo Robinson Cavalcanti foi “um homem de grande sabedoria divina” (a man of great Godly wisdom). Ora, ora, mas a que sabedoria divina ele está se referindo? A participação no PT? A criação do MEP? Sua amizade íntima e colaboração forte na campanha de Lula? Quais dessas coisas faz parte da sabedoria divina apresentada pelo bispo? Será que Deus aprovou todas essas atitudes? Mais ainda, será que Ele as inspirou? Realmente, não dá para entender a que o pastor se referia.
A afirmação de Vargens, aos olhos estrangeiros, é uma autenticação da “obra divina” na vida e ministério do bispo esquerdista assassinado. Com a autenticação de Vargens, o bispo progressista se transforma, imediata e celestialmente, num representante conservador do Brasil — uma posição que, certamente, o faria protestar de seu túmulo e escrever imediatamente um artigo além túmulo na Ultimato denunciando seus “difamadores”!
Não é possível que, tendo declarado no Christian Post que leu muitos dos escritos de Robinson Cavalcanti, o pastor Vargens nunca tivesse notado nada do histórico e esquerdismo que transbordavam do bispo assassinado. Se ele nunca notou nada e não sabe de nada, então não deveria se comprometer afirmando que o morto tinha “grande sabedoria divina”. Se sabe, traz apenas confusão ao conhecimento do público americano que, com a autenticação de Vargens, verá no sr. Cavalcanti um homem que ele nunca foi: um verdadeiro defensor das causas conservadoras.
Para o pastor Renato Vargens restam duas alternativas: negar veementemente tal afirmação, jogando toda a culpa sobre a agência americana pelo equívoco, ou confirmar o que disse. Se confirmar, não vejo como explicar a frase sem se comprometer com tudo o que o bispo assassinado era comprometido.